Escreveu Álvaro de Azevedo:
Era Deus no principio,
E tudo crear pensou;
Céo, Terra, agua e fogo.
E assim foi a criação do Arquipélago da Madeira. Pelo Fogo, se purificou a terra, se afugentou o mal e se abriram clareiras na floresta para nelas se assentar morada … Porém, às vezes, é o fogo que engole as florestas e reduz a vida a cinzas…
E tem sido assim muitas vezes … florestas, poios, casas, animais e gente engolida por labaredas indomáveis.
A 15 de agosto de 1962, “O Bombeiro”, revista especializada dada à estampa no Funchal inclui, na página 3 do seu primeiro número, a notícia do “pavoroso incendio ocorrido a 20 de agosto de 1878 na firma J. Payne & Son”, motivo que justificou a fundação da primeira corporação de Bombeiros no Funchal.
As notícias da época relatam “um medonho incendio (…) que se comunicou ao depósito de bebidas alcoólicas” e que causou enormes prejuízos na dita firma mas também nas casas vizinhas pois “ por se querer salvar tudo, se perdeu muita coisa”. É sabido que todos acudiam a ajudar os aflitos imbuídos no espirito humanista mas a verdade é que não havia nem um plano, nem qualquer ordem nem tão pouco aparelhos apropriados. Na maioria das vezes, formavam-se cordões de gente até as fontes, onde as bilhas de água passavam de mãos em mãos num movimento ritmado e incessante. Nos casos mais graves, os soldados juntavam-se à população no combate ao fogo. Até então, qualquer incêndio era apagado pela boa vontade e coragem dos que se aventuravam a enfrentar o calor das chamas.
Porém, em 1888 formou-se a primeira corporação. Fica aqui o registo.
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