Na Festa, as casas madeirenses transfiguram-se. Cedo. Para que o espírito de Natal vá chegando, trazendo memórias velhas e prendendo o tempo – que o tempo da Festa é outro, mais de dentro, mais do peito.
Entramos nas casas. Procuramos os Meninos-Jesus que hão de presidir às escadinhas, que hão de lembrar os que já não estão, que hão de fazer memória de outra ilha, noutros tempos.
E sabemos: que o arquinho do Menino Jesus já está restaurado, que o lugar do trono já está escolhido, que a toalha de Bordado Madeira já está lavada e engomada, que o dia para ir comprar o ensaião e as cabrinhas (que já não se vai buscar à serra) já está combinado, que as searinhas se hão de deitar de molho, no dia certo, na primeira missa do parto.
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