É ponto assente que o culto ao Divino Espírito Santo faz parte da cultura portuguesa. Há religiosidade popular em torno deste culto, que ganhou diversas formas ritualistas, sem perder a sua matriz inicial da dádiva, partilha e misericórdia. É certo que, no decurso do processo histórico, foram existindo e ganhando posição, na sociedade, diversas formas de solidariedade social, levando a que este ritual do Pentecostes, de cariz popular, acabasse por perder algumas das caraterísticas e ganhasse nova forma, não obstante na sua essência, as ideias de partilha e de abundância continuarem sempre presentes. Esta tem expressão em termos da mesa, da comida e a doçaria. Os doze pobres já não se expõem publicamente à caridade popular, mas estão presentes nesta disponibilidade e partilha do pão e dos doces.
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